domingo, 31 de outubro de 2010

As mentiras dos hipermercados

Uma das grandes estratégias dos capitalistas numa crise provocada por estes, é sempre conseguirem lucro às custas do cidadão comum. Seja levando ao consumismo, a ilusão da felicidade às custas do "material", ora levando os cidadãos comuns à miséria, culpa-os de serem consumistas e assim sua obrigação de pagarem a crise, seja suportarem financeiramente ou sujeitando-se a condições de trabalho que deveriam já ser do passado, mas que voltam no presente. Com a mentira que não existe alternativa. Sempre existe uma alternativa, basta conhecer a história. Os passos da humanidade para o progresso sempre ocorreram rompendo com "dogmas" impostos pelos poderosos.
Em Portugal, com a desculpa da crise, que é uma forma de aumentar o emprego, permitiu-se a abertura das grandes superfícies comerciais ao domingo. É a crise! Dizem! Tem que ser... Falso!
Interessante que a solução das grandes mentes em Portugal é colocar as pessoas a trabalhar ao Domingo e outras a gastarem-no... Creio que começa também a ser comum pessoas trabalharem aos sábados, neste principio, também trabalham ao domingo. Assim estamos de facto a recuar 50 anos, em termos laborais. Nesses tempos trabalhava-se ao fim-de-semana.
O cidadão comum, mais uma vez é levado à luxuria do consumo. É dada a oportunidade de poder gastar dinheiro ao domingo. Passar o tempo a descansar com a família, amigos, não interessa! O que interessa a fazer o dinheiro "rolar" e quanto mais for para às mãos de poucos, melhor! Veja-se o grande sentido patriótico de Belmiro de Azevedo... Faz o favor de fazer os portugueses gastarem dinheiro aos domingos e contratar mais funcionários a receber salário mínimo. Que grande filho da pátria é este senhor e os outros senhores...
O português comum, nada mais pode exigir, ou desemprego e miséria, ou um pouco de dinheiro para sobreviver e suportar uma miséria de trabalho!
Uma grande antítese dos senhores do poder politico, que tanto usam a palavra "micro-empresa", viraram grandes amigos das pequenas empresas (dizem), depois de decadas a despresarem-nos, quando reparam que afinal são as pequenas empresas que ainda empregam a maioria dos portugueses. Esses afinal ficam, não sugam tudo que podem e depois vão se embora, como as multinacionais... Mas mais uma vez os actos são contrários às palavras... Provavelmente sendo micro-empresas, têm micro-dinheiro comparando com os grandes senhores das "grandes superfícies", com seus lobbies e dinheiro. E assim a decisão politica dá mais uma "machadada" nas pequenas empresas, pois mais pessoas irão gastar o seu dinheiro em grandes empresas que pouco retorno dão à sociedade. Assim mais um desafio é colocado às pequenas empresas nesta politica de "deserto". Cada vez mais a maioria fica na miséria e poucos mais ricos e tudo isto usando o vicio do consumo!
Meias verdades, meias mentiras... Depois no primeiro domingo, com as grandes superfícies abertas, vários jornais diziam que os portugueses, tinham na sua maioria alinhado em gastar o seu dinheiro nas grandes superfícies! Interessante é não terem referido que estas empresas, nomeadamente o Continente, enviou mensagem para telemóveis a dizer que ao domingo dava 10% de desconto em cartão (dão para se gostar novamente dias depois). Algum jornal falou nisto? Eu recebi esta mensagem, acho que não devo ser o único... Denota-se a parcialidade de meios de comunicação, provavelmente refém dos seus patrocínios, ou de grupos económicos detentores, que cada vez mais têm uma promiscuidade no ramo de negócios, que se resume a apenas um! Sacar o máximo de dinheiro possível das pessoas! Mesmo que o todo caminhe à miséria, são como um vírus!
As pessoas na busca de comprarem mais barato, não reparam que isso no fundo lhes sai mais caro! Coitadas das pessoas, que pensam que são grandes oportunidades... Como os peixes na água que vêm um petisco e ao morderem reparam que afinal é um anzol, e a ele estão presos e não conseguem fugir depois de morderem no petisco!
Engraçado também ver a propaganda da poupança nos jornais, mas nos intervalos a propaganda do consumo. Na verdade é para os pobres sobreviverem, porque os que ganham dinheiro com a crise, vão continuar a desbandar o seu dinheiro, de uma forma vergonhosa, e obtêm a riqueza de forma miserável, que é explorar a desgraça do seu próximo... Pouco lhe paga pelo trabalho e muito lhe sacam. Falam que o cidadão é adulto e livre, mas na verdade não é, porque as pessoas são programadas a agirem como crianças, querem tudo sem pensar nas consequências.
Se na crise existem cada vez mais milionários, se calhar para sair dela têm é que haver menos milionários. Não existe nos partidos de poder a coragem de atacar de frente a causa do problema, em Portugal e na maioria dos países. Garanto que existe muito dinheiro em Portugal! Existe é muito pouco na maioria dos portugueses e também do Estado, tanta gente a servir-se dele para enriquecer à custa de tanta incompetência e egoísmo.
Muitos precários que vão trabalhar nas grandes superfícies, a troco de um salário mínimo, têm curso superior! Mais outra mentira em Portugal, a falta de qualificação! Existe sim qualificação, mas não tem oportunidade de trabalho. Se sujeitam à humilhação ou fogem para o estrangeiro! Isso porque em geral, para se ter trabalho primeiro é preciso ter um conhecimento predilecto de quem faz a selecção de pessoal a trabalhar, e muitas vezes até é dada predelecção a quem tem formação inferior em detrimento dos que têm qualificação superior, mas não têm o "contacto". Assim obviamente o país não vai para a frente!
Faço parte dos novos servos de Portugal, "recibo verde", não temos qualquer direitos de trabalho ou regalias sociais, mas pagamos tanto ou mais que qualquer trabalhador e ainda por cima o Estado ganha IVA, como se fossemos um produto de consumo. É assim que Portugal trata muitos portugueses, maioria jovens e qualificados! São os desprezados de Portugal. São bens de consumo e ironicamente são tratados pelo estado como empresários que prestam serviços, e que serviço é? Trabalho! Mais palavras para quê? Ainda é preciso liberalizar mais o trabalho? É preciso ter lata!

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