quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Injustiças do Estado Português e da Política


Ao contrário que tenho lido e escutado de responsáveis políticos, que afirmam que existe uma cultura Democrática em Portugal, eu creio que não existe uma cultura democrática em Portugal.

Ao meu ver existe sim uma cultura de submissão e do poder em Portugal. Uma tradição Feudal, que depois foi substituída por Oligarquias burguesas, que se foram adaptando às alterações do sistema politica em Portugal, a famosa cultura da “Fita-Cola”. Colar ao poder em vigor para poder “subir” na vida. Em que as orientações politicas no poder, na ordem normal, são sempre uma continuidade, pois quem sucede ao poder acaba por ser uma selecção do poder do passado, uma “clonagem” na essência, apesar das caras mudarem, na essência nada muda, tirando politicas para satisfazer “lobbies” no presente. Em Portugal, as caras são quase sempre as mesmas, que se consideram a voz de “todos”. E muitos presidentes de Associações, Federações e Cooperativas, são até em muito casos, pessoas idosas, muitas delas nos cargos ou relacionados ao poder durante décadas. As diferenças naturais no passar do tempo, que se insurgem, contra a “corrente dominante”, são hostilizados e marginalizados. Ao poder substituem, geralmente aqueles que durante muito tempo se associaram ao “poder”, sem em nada de diferente acrescentar, a não ser, a defesa, o elogio e a acção de quem está no poder.

A diferença de opinião, a confrontação de ideias, em geral segue-se o ataque pessoal. Isto em Portugal implica uma exclusão a vários níveis, em alguns casos poderá significar a injuria, calunia e prejudicar a própria evolução profissional, ou até mesmo a exclusão às oportunidades de trabalho, a marginalização social…

Na Democracia, “poder do povo”, incide na participação do cidadão nas decisões da sociedade. Não se restringe apenas em votar nos dias das eleições. Direitos e Deveres do cidadão-indivíduo inserido em regras justas no cidadão-colectivo, regulamentado pelo Estado, eleito pelo povo. Numa Democracia não pode existir medo das pessoas participarem publicamente ou até demonstrarem seu desagrado perante situações que considera injustas. Duas pessoas se confrontarem em ideias sem persistir depois o rancor, ou acabar em ataques pessoas, purgas ou violência.

O Estado Português tem uma tradição de grande peso burocrático, de séculos, numa cultura de domínio de cima para baixo, como que os cidadãos fossem crianças ou inaptos. Criam regras, sem muitas vezes entenderam como estas irão repercutir na realidade. Ao meu ver, muitas leis actuais não têm bom senso, prefiro que exista bom-senso e a falta de leis do que leis sem bom senso. Porque no momento que as leis existem e nem os Organismo de Estado conseguem cumprir, significa que o Estado perde a legitimidade da razão. Seguindo-se o descrédito deste perante as pessoas, abrindo portas para aqueles que pretendem acabar com a Democracia, ou os princípios que esta representa.

É vital para uma Democracia saudável, entender que são cometidos erros e injustiças pelos órgãos do Estado e deve-se, incutir nestes, que mantêm uma cultura não democrática, o principio do respeito pelos cidadãos, justiça e ser justo e ter um sentido autocrítica para objectivar uma melhoria de qualidade no seu funcionamento.

O funcionário público serve o bem público, que são os cidadãos, porque o Estado é uma organização representativa dos próprios cidadãos. Não é responder numa atitude prepotência e autista às injustiças cometidas aos cidadãos com números de leis, como se fossem dogmas de uma justiça divina, quando nada mais são decretos elaborados por pessoas, que se calhar nem conhecem a realidade. Assim estes organismos públicos serviriam melhor os cidadãos se fizessem a interacção, nos dois sentidos, entre os cidadãos e o Estado. O país melhorava.

Eu pessoalmente e pelo que escuto os serviços públicos que cometem mais atentados contra os direitos do cidadãos e têm um comportamento prepotente, que mais visa punir que ajudar ou explicar, são os serviços das Finanças, do Judicial e da Segurança Social. Têm obviamente uma grande repercussão no dia-a-dia do cidadão. E a violência que estes cometem, através de injustiças que afectam o bem-estar dos cidadãos, podem colocar em risco a própria Democracia.

Parece que políticos com responsabilidade não querem olhar para este problema, preocupando-se mais em arrecadar receita, não tendo em atenção sequer se estão a ser cometidas injustiças. Assim serão responsáveis pela degradação da Democracia, por abrirem caminho ao autoritarismo e o retrocesso histórico do caminho que deveria ser construir uma sociedade harmoniosa e justa. As mesmas pessoas que actualmente os apoiam, também apoiaram o autoritarismo, pois estas não têm ideias, apenas pretendem garantir somente o seu bem-estar individual, em nada lhes interessa o bem-estar social. E assim estas pessoas que em nada acrescentam à Respublica, irão elogiar, bajular e afirmar sempre aqueles que estiverem no poder. Estas pessoas na política não fazem falta, prejudicam a Democracia, não têm ideias novas nem ideologia e em nada ajudam as lideranças, pois cercam estes de mentiras, alimentando apenas o ego do líder, para obter gratificação, assim levam-no ao afastamento dos problemas reais da sociedade.

Falta na maioria dos líderes de hoje o conhecimento da realidade em que vivem os cidadãos que governam.

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