sábado, 23 de outubro de 2010

O rumo às politicas de Direita da União Europeia

A União Europeia pressupunha, oficialmente, o desenvolvimento do conceito de cidadania, na melhoria da condição de vida dos seus cidadãos, principalmente nos países mais pobres, na equiparação da qualidade destes países aqueles mais ricos no espaço politico da EU, inicialmente denominada CEE. Desde que Portugal aderiu em 1986, qual o estado actual, que rumos toma no presente a EU?

Certamente muito se desenvolveu, principalmente na modernização das infra-estruturas, uma maior internacionalização de Portugal… Mas socialmente? Somos um dos no espaço da UE com maior desigualdade social, que mais paga impostos, com menores regalias sociais e com o sector produtivo praticamente desmantelado. Certamente que existe uma grande responsabilidade nacional, dos lideres deste país! Mas será que temos, no quadro actual de desenvolvermos?

Portugal é um país que muito consome e pouco produz e este hábito foi incutido socialmente durante décadas, resultou num endividamento de Portugal, que agora é alvo de especuladores, o país encostado contra a “parede”, querem obrigar a que se tomem politicas que significam completamente uma regressão social e económica. O processo mais parece uma estratégia de traficantes de droga que inicialmente criam o hábito ao “vício” para depois do consumidor estar completamente viciado, exigem o impossível para manter o vício. Pois bem, as medidas de restrição estão aí! Difícil será no imediato mudar uma cultura despesista dos órgãos públicos, mais fácil será incidir em medidas de restrição que irão afectar essencialmente as classes sociais mais pobres, mais uma vez, hábitos de injustiça seculares que durante séculos os socialistas lutaram.

As decisões do país não são determinadas pelos mais pobres, que infelizmente não têm ainda uma cultura desenvolvida e baixa participação democrática e civil. São sim tomadas pelas “elites” e estas pouco irão sentir a “crise” como se vem verificando, até têm em muitos casos ganho com ela. Aumentaram nestes anos o número de milionários e Portugal já vai no mínimo com 20% da população na pobreza. A classe média a ser destruída. Vale a estas elites o facto do povo português ser obediente, pois noutros países europeus com uma qualidade de vida muito superior, com mais direitos garantidos ao cidadão comum, levaram já a grandes tumultos sociais, mas isto vai até quando?...

As regras são impostas pela EU, na cabeça o “maoista de direita” Durão Barroso, que no fundo é o “moço de recados” da grande Alemanha, onde se encontram as grandes multinacionais europeias e onde países como o nosso da Europa vão comprar os seus produtos. A produção em muitos dos países mais pobres da Europa foi “abafada”, aumentando a dependência em relação à Alemanha, que sem duvida contribuirá com o dinheiro para muitos fundos europeus, mas dinheiro que acaba por retornar, aumentado em juros! Assim se baseia a recuperação económica da Alemanha. Muitos acham ser fantástica e exemplar. Me parece persistir, apesar de duas guerras mundiais, os alemães acharem por direito os “donos da Europa”, um povo exemplar. São sim um país grande, com uma grande população e que para chegar onde chegou muito ajudou o “empurrão” económico dos EUA após a 2ª Guerra Mundial, e mão-de-obra barata de estrangeiros, para a sua reconstrução. Tendo já uma tradição industrial de séculos se transformou numa potência económica e que pelos vistos pretende fazer a conquista da Europa, não desta vez por via militar, mas agora pela via económica. Entendo agora, porque a Thatcher se opunha à reunificação da Alemanha. Verifica-se uma submissão de todos os países europeus à Alemanha.

A União Europeia está pelo menos à 10 anos sob a orientação económica do neo-liberal e agora pretende impor a visão social desta ideologia, sem qualquer preocupação social pelos direitos conquistados.

No que diz respeito a Portugal, abriu caminho a produtos vindos da China, país sem qualquer respeito pelos direitos civis básicos, que com uma qualidade de produção muito inferior, mas a um custo muito baixo arruinou a industria têxtil portuguesa e no resto da Europa. No norte de Portugal significou, desemprego, miséria e aumento de custos ao Estado Português e perda de receita e competitividade da sua economia. Empresas europeias que saltam de país em país, como parasitas, que se instalam obtêm o maior lucro possível à custa de mão-de-obra barata e benefícios fiscais, aumentando assim o lucro a estas empresas sem rosto, mas que ditam regras nacionais.

A comissão europeia, numa intromissão vergonhosa à soberania nacional, quer impor regras laborais ainda mais precárias, transformar os portugueses em mão-de-obra barata. Esta comissão nem é eleita democraticamente! O que significa um ataque imperdoável à Democracia! A mesma Comissão que demonstra falta de solidariedade aos países mais pobres, alvo de especulação financeira, ignorando o sofrimento das pessoas, escondendo a injustiça social com números, índices e taxas. E por outro lado empresta dinheiro ao sistema bancário, que vai depois emprestar aos Estados endividas, a juros mais altos que lhe são cobrados pela EU. Qual a moral destes senhores europeus? Que qualificações têm? Que provas deram? Só deram conta da crise quando esta se instalou!... Estes senhores deviam viver no desemprego ou receberem um salário de 500 euro, em condições precárias, como muitos licenciados vivem, neste país!

Flexisegurança é tudo menos segurança! Como nas condições actuais laborais em Portugal, um jovem pode construir um futuro com esperança?

A Alemanha é tida como a referência. Seguindo o exemplo desta está a solução! Ora isso é impossível! Infelizmente não nos compram submarinos… Fomos comprar à Alemanha, e nem sequer estes cumpriram o contrato. E até a Grécia vai comprar submarinos à Alemanha! Será que a Alemanha está a querer desenvolver a sua indústria militar no campo dos submarinos como ocorreu no seu 3º Reich? Pelo menos entram muitos milhões de euro…

No Brasil li um artigo acerca de economia, que falava da CEE, que o objectivo da entrada de Portugal, Espanha e Grécia, era aumentar a disponibilidade de mão-de-obra barato às industrias europeias e mercado para escoar seus produtos… Será por isso que a Alemanha tanto que a Turquia entre na EU? O presente parece indicar que este artigo tem fundamento!

Apropria Alemanha, no tempo da Republica Democrática, foi um dos basilares na propagação dos ideais da Social-Democracia, significando uma referência no planeta, nos direitos dos cidadãos. Agora parece ter mudado de rumo, à direita… E os restantes países europeus cedem às suas directivas. Contra isso tem de haver uma oposição vigorosa e mostrar que as ideias socialista, de democracia estão fortes e mais ficarão! Cabe aos países como Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda formarem um bloco e defenderem-se e iniciarem a mudança do rumo das políticas da EU! Cabe aos cidadãos virem à rua e mostrar aos neo-liberais que lhes damos luta! Não cederemos a estas políticas!

É importante criar um fundo europeu de solidariedade a baixos juros, para momentos de crise! A poupança não deve ser só do cidadão, mas também dos Estados!

Objectivar quem são os especuladores e combate-los! Criam mais terrorismo nas casas das pessoas na Europa, que aqueles que chamamos de terroristas.

O patriotismo é combater a tentativa de submissão do meu país a “senhores da Europa”, lutar pela liberdade e o direito a uma vida melhor! Meu patriotismo é retirar o apoio a Durão Barroso que envergonha a pátria! Meu patriotismo é procurar soluções para criar um futuro melhor para as próximas gerações! Contribuir para um mundo mais justo, em que se acabe a acumulação de riqueza de poucos à custa da miséria de muitos! Meu patriotismo é uma mudança de cultura de paradigma social! Dizer não ao materialismo fútil sim à solidariedade e participação cívica responsável!

Em nada me move contra o povo alemão, mas infelizmente este se deixa cegar pelos seus líderes que os iludem nas suas pretensões com discursos de superioridade, sobressaindo um nacionalismo que os cega dos males que seu país comete aos outros países. Assim não existirá futuro na União Europeia, pois sem o pressuposto de igualdade entre as nações e a solidariedade, esta não tem razão de existir.

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