quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os falsos liberais no poder.

Nos tempos de hoje muito se fala do Liberalismo, neo-liberalismo. São consideradas como a antítese do Socialismo. Como socialista ando curioso em conhecer a matriz ideológica dos governantes da Europa, especificamente de Portugal. Foi interessante ler o livro "O pensamento social de Tocqueville" de Mário Correia Alves, de fácil leitura e muito interessante. Eu que tinha uma ideia contrária ao Liberalismo, até em questões fundamentais creio que não se distingue tanto do ideal socialista, a liberdade, a igualdade. Mas o propósito é reflectir acerca de fundamentos liberais, assim destaco estas passagens baseadas no estudo que fez Alexis Tocqueville na nova democracia dos EUA, quando procurava contribuir para uma nova democracia na França:

A obsessão dos presidentes americanos consiste numa relação subordinando todas as ações a este objectivo, chefes do executivo eram vistos prostrando-se diante da maioria, com a finalidade de assegurar a reeleição o que os transformava em simples escravos dessa maioriain Democracia na América.

A explicação para a dúvida residia na própria natureza do sistema americano: os instintos próprios da democracia induziam o povo a rejeitar cidadãos capazes par seus governantes; assim homens de uma certa distinção não encontram outro remédio senão retirarem-se da arena politica.

Questão consistia em saber quem impunha os devidos limites às maiorias, a resposta "a Constituição" através de uma maioria disposta a estabelecer limites sobre si própria e a outras maiorias futuras... Devia ser o povo a colocar limites ao seu poder soberano, tudo isto em nome dos interesses do próprio povo.

Acima da luta de facções, ou mesmo acima da maioria, a justiça que devia ser uma lei pertença de toda a humanidade e não apenas de uma maioria.

Condenação de qualquer forma de poder ilimitado.

Uma imprensa livre e atuante não tinha necessariamente de causar desestabilização do sistema politico.

A religião era encarada como um factor importante de moderação dos ímpetos desestabilizadores e anárquicos, ajudava a consolidar a unidade moral.

Tocquesville via na pseudo aristocracia dos ricos a maior ameaça, em solo americano, ao principio da igualdade. Ao contrário doa antigos aristocratas feudais, que tinham a obrigação de prestar auxilio as quem as servisse, este novo grupo comprazia-se não a levar à pobreza aqueles que os servissem, mas também a abandona-los por fim à caridade publica.

Acho interessante desmascarar os pseudo liberais, que governam contra o liberalismo. Não sei o que é o neo-liberalismo, mas sem duvida desvirtuou muito da fonte.
A democracia sem duvida que não é possível sem moral e princípios éticos, senão a liberdade desvirtua em libertinagem e opressão das maiorias, que são dominadas pelo domínio atual que existe no controlo de massas populares através dos Média detidas por esta nova aristocracia que explora e destrói vidas.
A constituição e divisão de poderes é essencial para prevenir governos tirânicos em democracia, como se passa nos dias de hoje, em que troikas e seus governos vassalos, com o argumento da divida sacam dinheiro para aumentar o dinheiro para serem posto em jogo em bolsas de valores, que por fim destroem empresas e a dignidade de seus trabalhadores.
Esta nova aristocracia é sem dúvida o parasita das nossas sociedades.
Faltam políticos que tenham propostas novas para a sociedade, que não pensam apenas em obter o poder, satisfazendo anseios das massas populares que procuram apenas o consumo para satisfação pessoal, porque assim foram programadas na nossa sociedade decadente. Os valores humanos não estão presos apenas ao consumo que escraviza. O dinheiro deve ser vir as pessoas e não ao contrário.
Uma democracia representativa deve ter um parlamento constituído por pessoas que venham do povo e conheçam sua realidade, e não uns aristocratas burgueses que se dizem representar o povo, mas nada conhecem a sua realidade e seus problemas.
O Ocidente, que construiu ao longo da história valores humanísticos, corre o risco devido à ganância de se autodestruir. As bolsas de valores, economias baseadas no modelo de capitalismo regeano, são a ferrugem que corroí os valores fundamentais do ocidente. Os modelos extremistas do fundamentalismo islâmico, o capitalismo de estado da China, são baseados em princípios de ética que os une como um todo, que os torna mais fortes que o individualismo dominante do Ocidente. A única solução de caminharmos para um melhor mundo passa por democracias verdadeiras, respeito entre os seres humanos e o ambiente do qual dependemos. Actualmente caminhamos para algo de perigoso, seja pela desgraça de pessoas, guerras que daí degeneram, de um planeta que não consegue mais sustentar-nos, e tudo por causa da ganância, da ambição e ganância. Estão aí os sinais no mundo, as guerras, a fome, a miséria, a destruição de ecossistemas.
O inimigo do socialismo não é o liberalismo.


Sem comentários:

Enviar um comentário